terça-feira, outubro 05, 2010

SWU - Starts With U - destaques do 1º dia


O Festival SWU já foi objeto de post aqui no Papel Mordaz anteriormente, mas agora dei uma olhada nas atrações pela milésima vez e vim aqui escrever a respeito pra ver se exorciza essa maldita inveja que tenho das pessoas que irão.

http://ultimosegundo.ig.com.br/swu/os+quinze+destaques+do+swu/n1237792197684.html#5

Aí estão 15 destaques do evento pelo site Ultimo Segundo - embora eu particularmente não destacasse Linkin Park, totalmente dispensável no Festival pra mim. Também não conheço algumas coisas daí.

Ainda assim, é de babar. Primeiro, vamos por partes, como diria Jack, o Estripador. Clicar no primeiro dia no site do Festival (http://www.swu.com.br/pt/festival/) e ver enfileiradinhos Rage Against the Machine, Los Hermanos, Mars Volta e Mutantes quase me matou. Rage Agaisnt the Machine é aquela banda que faz a galera se acabar de pirar nos comandos empolgantes do De La Rocha, a guitarra louca do Morello, e eu esqueci o nome dos outros membros da banda (: O fato é que escutar RAM dá vontade de sair por aí fazendo a revolução; é como escutar, claro que em outras sonoridades, Tropicália ou Chico Buarque. Impossível não sentir isso escutando, por exemplo, Gerrila Radio: "It has to start somewhere/it has to start somehow/What better place than here?/What better time than now?/All hell can't stop us now!". Tu é doido! x)

Outra coisa que nunca pensei foi em ver Mars Volta no Brasil. Adoro os caras! O som deles é um tanto esquisito, algumas músicas não são de fácil digestão, mas nem todas as comidas boas são, né? Nem por isso são menos gostosas! A mistura de inglês e espanhol, de instrumentos de várias etnias e tendências também algo que me encanta! Recomendo ouvir o álbum "Francis, the Mute", que é o que estou escutando para escrever esse post ;)

Pra mim, Los Hermanos dispensa apresentações. Mas pra quem não conhece e curte letras repletas de poesia, arranjos muito gostosos de se ouvir, críticas bem inteligentes e psicodelia, recomendo muitíssimo. Claro, nem todo mundo gosta, como o mala do Caio, mas eu sou um "quase-fã" da banda e bicho, não vejo a hora de ouvir CD novo deles e de vê-los tocar de novo. Ainda lembro com saudades do épico único show que eles fizeram em São Luís, apesar da péssima estrutura do local.

Já falei da Tropicália nesse post. Qualquer dia, quando eu tiver mais estudo, é um tema que merece vários posts... mas é uma corrente na música brasileira que está entre as que eu mais aprecio e os Mutantes são um dos marcos dela. Mas, como o próprio nome diz, eles nunca se prenderam a um estilo, o que os torna meio inclassificáveis, para citar o rótulo de Ney Matogrosso x) (aliás, todos os artistas desse post poderiam ter o mesmo rótulo). Desconheço o trabalho deles com a nova-velha formação, a não ser por um vídeo que uma amiga deixou no meu scrapbook uma vez. Mas se eles só estão cantando as músicas velhas, como parece, isso já valeria uma conferida no show!

No palco Oi Novo Som, destaco desse dia apenas Mallu Magalhães. Não por desmerecimento dos outros, mas simplesmente porque não os conheço. Ouço protestos a respeito da Mallu? Ok, ela não é das mais brilhantes, mas faz um som gostoso de se ouvir e lançou disco novo bem competente e com canções muito bem acertadas. Vale a pena conferir.

No próximo post falarei sobre o 2º dia do festival. Joss Stone, Regina Spektor, Dave Matthews Band, Teatro Mágico, Kings Of Leon, Tulipa Ruiz, Lucas Santanna e mais para incentivar a sua ida ou aumentar a raiva de não ir. Inté!

sábado, outubro 02, 2010

Thank You Now, Drake!


“Cara, não dá pra escutar rap e hip-hop. Nesse ‘negócio’ é tudo a mesma coisa”. Inicio esta postagem com esta frase celebre de um amigo meu. É, nem tudo. Mas muito desse tudo é. Mas nem tudo, man. Vez ou outra surge alguém que mostre um diferencial a parte. Claro, nem sempre são eles quem aparece em capas de revista, no topo das paradas e no top do twitter. Mas, ignoremos estas minúcias. Valorizemos o talento. E, atribuído dele, no ano passado encontrei na internet uma música chamada “Best I Ever Had”. Me encantei por ela. Busquei de quem era. Do rapper canadense Drake. Outra surpresa foi quando o vi em listas de melhores discos do ano. Procurei-o mais. É. Indico muito.
Mesmo que contenha somente sete faixas, por ser um Ep, o debut de Drake, “So Far Gone”, é uma mistura de talento, bons vocais, batidas nem tanto usuais e inteligência para manobrar suas letras, diante um segmento tão criticado. Com a já citada “Best I Ever Had”, o refrão é bem gostoso de se ouvir. Em “Sucessfull”, sim, é meio repetitivo, mas ainda sim denota um talento pouco visto em rappers atuais, que sempre tendem a fazer mais do mesmo novamente. Apadrinhado por Lil Wayne, a voz do canadense por vezes assemelha-se a ele, como em “I’m Goin’ In”. Fechando com “The Calm” e “Fear”, o disco, torna-se uma bela indicação.
Logo depois, neste ano, chega “Thank Me Later”. Dude, esse disco é fabuloso. Uma mistura, por parte do Drake, de vocais agressivos (“Over”) e vocais melodiosos (“Find Your Love”) encanta este disco. Vocais que lembram um tom gospel também marcam este álbum, como em “Fancy”. Nela, apesar de vários convidados, como o T.I e o Swizz Beatz, apresenta-se um vocal arrastado, porém adocicado que é ouvido em toda a música, principalmente no refrão. Em relação aos convidados, sim, eles são bons, mas não essenciais. Como o padrinho de Drake, Lil Wayne, em “Miss Me”, não faz a menor diferença.
Mas em outras parcerias, como em “Fireworks”, dueto com Alicia Keys, a beleza deste disco se expressa com perfeição. Nela, Drake faz seu papel corretíssimo de anfitrião, cabendo a Keys encantar em um catártico refrão, que lembra canções antigas suas, como “If I Ain’t Got”. Emoldurada por Kayne West, a já citada “Find Your Love” não chega a ser uma parceria, mas nela pode-se estabelecer uma parâmetro que coloca o Drake bem na frente de outros cantores, que até tentam, mas não saem da mesmice, como o Young Money, Young Jeezy, Rick Ross e The-Dream. Todos talentosos, sem dúvida. Mas sem a veia inspiradora e diferencial do canadense.
Bem depois do Nickelback, e um pouco antes do Justin Bieber, o Drake prova que nem tudo que faz sucesso é necessariamente bom. Enchem estádios, sim. São conhecidos mundo afora, com músicas que marcaram (ou está marcando) gerações, sim. Mas, fazer um bom disco em um segmento tão marginalizado pelo senso comum, não é para poucos. Não mesmo.