sexta-feira, agosto 27, 2010

Festival SWU - Em ITU


É. A tentativa fracassada de fazer um Woodstock nacional foi por água abaixo. Sem nomes de peso da cena veterana que persiste até hoje fazendo show, o festival, mudou de nome, objetivo e bandas. Há meses, toda semana se noticiava uma banda nova que integraria a lista internacional que irá compor o evento. Os mais novos integrantes desta "lista presencial" são os caras do Queens Of The Stone Age. Antes de avaliá-los, comentemos a programação, que ocorrerá nos dias 09, 10 e 11 de Outubro.

Até então, Zac De La Rocha e sua trupe do RATM comandam a inauguração. Mesmo sem novos discos, a banda deverá encantar como sempre fez, pois os integrantes não estiveram parados por aí (exceto Zac, que se tornou ativista politíco). Tocando "Freedom" e "Killing Your Name", a primeira impressão do evento promete ser positiva. Logo, teremos representações nacionais, como Mutantes (lê-se Sergio Dias e Cia.) e Black Drawing Chalks, banda a qual espero ansiosamente por um álbum tão bom quanto o debut. Para quem ainda tiver fôlego, grupos como The Twelves e Killer On The Dance Floor explodem a tormenta eletrônica no fim da noite (?!).


Primeiro dia garantido, vamos ao segundo. Se Kings of Leon, Joss Stone, Regina Spektor e Dave Matthews Band tocarem somente a playlist de seus últimos álbuns, já dá para sair, deste dia, no mínimo contente. Com 4 álbuns na estrada, e o próximo a ser lançado depois da passado por aqui, os manos do KOF devem surpreender novamente em território nacional. Joss, com carga soul renovada e novamente aclamada com o último disco, "Colour Me Free", hits como "You Had Me", "Super Duper Love" e "Tell Me What We're Gonna Do Now", além de essenciais, serão memoráveis, se considerarmos o potencial vocal desta moça. Spektor, conhecida por aqui tardiamente devido ao sucesso de "Fidelity", tem capacidade e bagagem suficiente para empolgar, e principalmente tocar o coração do público, se devendo boa parte disto a "Far", um dos melhores discos de 2009. Dave Matthews, um dos músicos mais aclamados do século XXI, recuperou os elogios que recebeu nos anos 90, com o lançamento de "Big Whiskey and The Groogux King". Unindo faixas recentes (Why I Am e Funny The Way It Is) com antigos sucessos (What Would You Say e Where Are You Going), vale a pena assistí-lo.

Ainda no dia 10, poderemos conferir o retorno do Sublime, com novo vocalista, Rome, de 17 anos. Confesso ainda não ter ouvido nada desta atual formação, mas se depender da atuação do novo vocal em "Lay Me Down", do Dirty Heads, banda influenciadissima pelos "Santerianos", é viável uma oportunidade à banda. A cena nacional se faz presente com Capital Inicial, Jota Quest e O Teatro Mágico. Nada contra tais nomes, mas se você quiser sair depois do show do Sublime, não está perdendo muita coisa (a não ser a performance do Capital para o novo bom disco, "Das Kapital"). Quanto a cena eletrônica, melhor esperar o Gui Borato e o Anderson Noise do próximo dia.

Quem achou que não pulou muito nos outros dias, pode se contentar com o ultimo. Apesar do morno "Minutes to Midnight", o Linkin Park tem músicas de sobra, para empolgar bastante, como fizeram anos atrás, com recorde de público para o grupo, quando Linkin era a melhor banda de todos os tempos da ultima semana. Pixies, Yo La Tengo e Glória talvez dêem uma esfriada, se considerarmos a presença de Queens Of The Stone Age, Incubus, Cavalera Conspirancy e Avenged Sevenfold. Josh Homme e trupe, sem comentários. Brandon Boyd e galera devem mostrar os diferentes caminhos que a banda já percorreu, seja a vertente mais rock ("Megalomaniac"), mais soul ("Are You In") e mais adulta ("Love Hurts" e "Talk Show On Mute"). Irmãos Cavalera vem com tudo com a nova formação (apesar de não gostar da banda, reconheço o talento e a boa atuação deles em show). O Avenged, para que não conhece, é bem cultuado lá fora. Apesar de explodirem bem na fase emo, a banda já impactava no ínicio dos anos 00, com bons riffs de guitarra, bateria acelerada e baixo virtuoso.

Vendo por um lado, não teremos os dinossauros do rock. Com tantos "jovens" atuando belamente, para quê precisamos deles? Pelos neste festival, não farão tanta falta. Mas como faltam umas 5, 6 semanas para o evento, não será espanto novas atrações pela frente.

Confira sequência de shows:

Dia 09:
Rage Against the Machine, Mutantes, Black Drawing Chalks.
Tenda eletrônica: DJ Marky, The Twelves, Killers on the Dance Floor, Glocal

Dia 10: Dave Matthews Band, Kings of Leon, Regina Spektor, Joss Stone, Sublime with Rome, Capital Inicial, Jota Quest, O Teatro Mágico.
Tenda eletrônica: DJs Sharam, Roger Sanchez, Markus Schulz, Life is a Loop; Mario Fischetti, Sander Kleinenberg e Nick Warren

Dia 11: Linkin Park, Queens of the Stone Age, Incubus, Pixies, Avenged Sevenfold, Cavalera Conspiracy, Yo La Tengo, Gloria.
Tenda eletrônica: DJ Erol Alkan, Gui Boratto, Anderson Noise.

Notícias da Semana

# O LCD Soundsysytem, que lançou This is Happening este ano, até então último albúm da banda, lançará outros discos, segundo o vocal, James Murphy.
# The Libertines, depois de terem se separado devido a brigas contínuas entre Carl Barat e Pete Dohrety, retornaram aos palcos na casa de shows HMV Forum, que fica no boêmio bairro de Camden, em Londres. Este show antecede a inserção da banda em festivais que, conforme sejam rentáveis e proveitosos para a banda, resultará em um novo albúm.
# Ronnie Wood, guitarrista dos Rolling Stones, convidou bons amigos para seu próximo trabalho solo, intitulado I Feel Like Playing. Nesta festa estarão presentes Flea (baixista do Red Hot Chili Peppers), Bobby Womack, Slash e Kris Kristofferson.
# No dia 19 de outubro, chegas nas lojas o nono e último volume da Bootleg Series, de Bob Dylan, coletânea de discos que vinham sido lançados desde 1991, compilando o vasto material raro e inédito do cantor.
# Confira novos vídeos lançados esta semana:
*Linkin Park - The Catalyst
*Bjork - The Comet Song
*MGMT - Congratulations
*Ozzy Osbourne - Life Won't Wait
*Papa Roach - Kick In The Teeth
*Disturbed - Asylum
*Arcade Fire - Ready To Start(música viciante)
*I Blame Coco - Quicker
*John Legend Feat The Roots - Wake Up Everybody
Sim...eu sei...não botei os links e tal...vai no youtube poh.
#
O cantor Wyclef Jean, ex-Fugees, foi proibido de se candidatar à Presidência do Haiti, onde nasceu, nas eleições que acontecem em novembro. Atuante no País, antes e depois dos terremotos de 12 de Janeiro, Wyclef havia anunciado no inicio de agosto que concorreria ao cargo de presidente nas eleições. Mas na semana passada as autoridades responsáveis pelo conselho eleitoral declararam que ele "não está na lista com os candidatos aprovados" para a corrida presidencial, devido a comprovação de residência fixa no País.
# Black Eyed Peas procura roadie brasileiro para turnê pelo país. Inscrições no site oficial.
# Jay-Z abrirá 5 shows do U2 da turnê 360º.

quinta-feira, agosto 26, 2010

Dreamin' Out Loud

Você conhece One Republic? Não? Sim, você conhece muito bem. Em 2007, o arroz de festa do rap, Timbaland, convidou os caras pro seu albúm “Shock Value”, e remixou uma música deles, “Apologize”, colocando novos vocais (os dele, claro, em formato eco) e levando ambos ao topo das paradas por todo o mundo. Depois de todo o sucesso feito, a banda lançou seu álbum de estréia e conseguiu boa repercussão, que se deve a um preenchimento no disco de todos os elementos pop vigentes hoje em dia. No decorrer de minha análise, você entenderá por que.
O debut de estréia, “Dreamin’ Out Loud”, não somente faz o que o povo do pop atualmente tem feito, mas vai além por poucos e essenciais motivos: a amplitude e boa utilização das essências pop distribuídas nas músicas, e a capacidade compositora de Ryan tedder que, caso você não saiba, compôs alguns dos últimos hits que apareceram nos últimos anos, como “Bleeding Love” de Leona Lewis, “Halo” de Beyonce, “Alraedy Gone” de Kelly Clarkson e “Battlefield” de Jordin Sparks. Basicamente, um Marcos Sullivan norte-americano.
O disco abre com “Say All I Need”. Bom, as influências das batidas hip-hop se fazem bem presentes por aqui, por trás de uma melodia bem doce, e com o vocal de Ryan, lembram uma fase anos 90 do U2. Seguimos o disco com a romântica-agitada “Mercy”, guarnecida do pop fácil, com refrão pegajoso e vocal adequado para a letra de auto-ajuda. Apesar de simples, e de nos permitir pensar que já ouvimos tal melodia em outro lugar (em um cd do The Fray, Take That ou Snow Patrol), ainda assim eles fazem com excelência.
O brado, entretanto, só ocorre na terceira faixa: “Stop and Stare”. Aí sim batamos palmas para Tedder, pois além de uma introspectiva letra, a banda soube conduzir violão, piano, guitarra e bateria extremamente bem. O ar catártico que esta canção carrega se segue no playlist: em “Apologize”, com batidas secas formidáveis (que, para os mais “fmsistas”, talvez sintam falta do onipresente Timbaland); “Goodbye Apathy”, “All Fall Down” e “Come Home” apresentam mais do mesmo do pop atual, finalizadas como melodias simples e costumeiras.
E isto não impede de que outras faixas sofram influência, nem que sejam indiretamente, como no caso de “Won’t Stop” e “Prodigal”. Letras bobas, embotadas por arranjos simplórios. Ainda assim não transformam os caras em epigonistas. Pelo contrário sabem exercer com maestria o estilo no qual estão, visto em “Someone To Save You”, com baladinha que lembra tempos mais “pops” de U2 e “Tyrant”, com fulcro que lembra uma marcha, e no caso, da nação FM penetrando nos canais auditivos mundiais.
Quaisquer erros cometidos neste debut, talvez devam ser aceitos e compreendidos. Pois, como informa o título do albúm, aqui eles se permitem sonhar. Resta saber se quando acordarem (em breve, resenha do 2º albúm, "Wakin' Up), saberão fazer tudo corretamente. É esperar pra ver.

segunda-feira, agosto 23, 2010

A guerra agora é pop.


A edição de setembro, da Rolling Stone Brasil, retrata, em reportagem exclusiva, o retorno das ultimas tropas de combate presentes no Iraque, depois de sete anos após a invasão liderada pelos Estados Unidos que derrubou o ditador Saddam Hussein. Tal meta, entretanto, foi auferida mais de um ano depois do atual governo de Barack Obama.
Quando alcançou a presidência em 2008, muito se esperou por uma atuação do enfim presidente negro norte-americano. Pelas medidas tomadas (ou não) em 2009, boa parte da intensa perspectiva esperada do atual governo obteve certa decepção. Dentre elas, o recuo dos soldados, que permaneciam em continente asiático, meneando sem objetivo, para dores de familiares nos EUA.
Tal cenário, por vezes, acentuou a cultura pop americana, se fazendo presente em filmes, como “Pearl Harbor”, “A Volta dos Bravos”, “Guerra ao Terror”, e em “Querido John” (com embasamento romântico); e músicas, como “Wake Me Up When September Ends” do Green Day (referente ao atentado do 11 de Setembro), “Thinking About You” da Norah Jones (retratando a perda pelo combate) e “Waiting For The World To Change” do John Mayer (apontando para um mundo de mudanças).
O “pop”, no entanto, formou a base estrutural para a propagação do eleitorado democrata pela Terra do Tio Sam (como podemos conferir na edição de Agosto de 2008), onde figuras da cultura local reuniram-se para manifestar apoio pelo candidato negro, o qual manifestava afeição ao comportamento cultural vigente. Apesar da demora, tal acontecimento nos trás um compulsório momento de liberdade. Embora um pouco tardio para a figura mais importante “de todos os tempos da última semana”, tal premissa nos incide a buscar uma resposta ampliada nesta reportagem mensal, que busca um epítome a cerca da gestão Obama, sobre este ciclo bélico.
Ainda que Neil Young tenha estrondeado um dia, cantando “Na tela plana nós matamos e somos mortos novamente. E, quando a noite cai, eu rezo pela paz”, hoje podemos como John Lennon proferiu um dia, bem antes de qualquer previsão para o atual cenário, cantar no fim do ano “Um Natal muito feliz e um feliz Ano Novo. Vamos Esperar que seja um bom ano. Sem medo. A guerra acaba, se você quiser. A guerra acaba, agora. Feliz Natal".






Eu sei...eu sei...ficou horrivel...mas, postagem é postagem.

quinta-feira, agosto 19, 2010

Indicação : us "Brandons"

Se você não for "totalmente" alienado pelas modinhas de rock que surgiram no inicio dos anos 00 para cá, voçê deve conhecer duas boas bandas do cenário atual: Incubus e The Killers. Sim, a primeira é aquela banda que mostrou um vídeo clipe referenciando os grandes líderes ("Megalomaniac"), usou de figuras "animaslescas" para tratar de verdades humanas ("Talk Show On Mute") e te convidou para uma "reunião" sexual ("Are You In"). O Segundo é patrono de um dos refrões mais nonsense da década passada (Somebody Told Me, That You Have a Girlfriend, That Looks Like A Girlfriend, That I Met In February Of Last Year) (Como assim....). Não iremos falar nesta resenha necessariamente dos dois grupos, mas indico, aos interessados, os excelentes "A Crow Left Of The Murder" e "Oil and Water", do Incubus, e "Hot Fuss" e "Sam's Town" do The Killers.

Por um lado, temos Brandom Boyd, líder do Incubus. Com albúm novo em processo, a banda segue em turnê, passando por aqui (lê-se Brasil) em outubro. O vocalista, entretanto, divulga outro trabalho: sua carreira solo. E, se apresentar o mesmo nível de sua música de trabalho, já vale muito. "Runaway Train" é simples, coesa e direta. Com um riff aqui e ali (como a banda do cara), violão surrado que intensifica um romantismo implicito e bem característico de Boyd (escute "Drive" e "Love Hurts") e uma magnitude musical que por vezes nos coloca no ínicio dos anos 90, em meio as baladas grunge. Há quem pense nesta faixa como qualquer outra do outro projeto deste homem, mas conseguir acertar, sem estar ligado ou dependendo de outras mentes, já é de merecida honra.

Por outro, temos Brandon Flowers, líder do The Killlers. Devido a uma pausa em sua banda, Flowers lança "Flamingo", seu 1º disco solo, ainda este ano. O 1º single, "Crossfire", já foi lançado (aliás, o clipe é de produção execlente). Bom, ao ouvir esta canção, não há como separar da banda do messiânico, devido ao timbre de voz já bem peculiar de Flowers, que chega a definir a banda. Mas não limitemos. A faixa, talvez lembre em sua melodia outras canções do grupo, como "Jenny Was A Friend Of Mine" e "Smile Like You Mean It". Mas, ainda sim, ela fala por si só. O refrão nos remete a um ano esquecido dos anos 80, apresentando ora sons de piano, pitadas de eletrônico e uma nostalgia romântica exemplar do grupo de Flowers.

As faixas, excelentes. Os albúns, não sabemos. Mas talento, experiência e capacidade de arriscar, ambos têm de sobra. E se um deles aparecer na lista dos melhores do ano, não "corcoveie", e apenas aceite.

sexta-feira, agosto 13, 2010

Only By The Night

Em minha vida musical, jamais esquecerei alguns momentos: como assistir “Hands Clean” da Alanis Morissette em um fim de tarde depois de um jogo de futebol; ver “Você” do Dead Fish em primeiro lugar dos clipes mais pedidos, por serem a melhor banda de hardcore no Brasil (na época); e ver uns marmanjos tocando um belo rock n roll caipira, sujos e largadões. Sim, eram os Kings Of Leon, e na época, divulgavam “Youth and Young Manhood”, com os clipes de “Molly’s Chambers” e “Wasted Time”, sendo a ultima a música que até hoje toca em meu fantástico mundo de Guto.
Como tudo muda, até a bermuda, os KOF transitaram de estilo durante os últimos anos. Há quem não enxergue tal mudança, mas ela se torna vigente conforme escutamos “A-Ha Shake Heartbreak”, o segundo disco, e “Because Of The Times”, o terceiro. Enquanto o segundo álbum carrega (até mais e melhor) a inspiração do rock de garagem sem qualquer resquício urbano, o terceiro aspira novos ares, e transita romantismo (“Fans”, “On Call”) e, às vezes, uma agitação forçada (“Charmer”).
Em 2008, eles lançam “Only By The Night”. Antes disso, verificando os charts musicais ao redor do mundo, vejo que em certa semana, “Sex On Fire” estréia diretamente no primeiro lugar da parada britânica. Escutando o disco você percebe o porquê. “Closer” começa meio intimista, mas o som de verdade se percebe em “Crawl”: uma levada rock n roll de orgulhar quem já fez belamente um dia, como o Led Zeppelin ou o The Who. A faixa nos mostra um alcance vocal invejoso, e ao mesmo tempo, com certo candor. Em seguida, vêm os singles: “Sex On Fire” e “Use Somebody”. O 1º adota uma linha mais indie, ou simplesmente bastante moderna, destoando do passado do KOF, e delineando, por que não, um novo começo. No 2º, observamos a influência de Bono, vocalmente e como líder, como quando Caleb entoa o refrão da faixa, desencadeando em uma explosão catártica. Em “Manhattan”, nos surpreendemos o quão o século XXI pode influenciar uma banda: riffs pegajosos, um sussurro aqui e ali, e uma letra que convida o ouvinte para esta festa moderna (Like Dance All Night and Dance All Day...I Swear).
Daqui em diante, o Kings segue menos inspirado. “Revelry”, uma balada bem relaxante, como se o compositor estivesse desabafando a sua vida, segue suave. “Notion”, a oitava faixa, é uma ótima música, que poderia ter sido colocada em outro lugar do disco, e não entre duas faixas secas e repetitivas: “17” e “I Want You” nos mostram que, quando se muda de estilo, tentar reavivá-lo se torna uma tarefa difícil. Logo, estas faixas se tornam meras tentativas de implicar em uma sonoridade despojada e suja. Em “Be Somebody”, percebemos um mixo das duas gerações da banda, presos em um vórtice louco.
Por fim, o disco encerra com “Cold Desert”, que acerta bem mais que “Revelry”, e nos remete a uma sonoridade blues meio anos 60, em meio ao seu clima calmo e nostálgico. Terminando o disco assim, talvez seja como se a banda estivesse dizendo que retomaria ao trabalho feito nos dois primeiros álbuns, onde a sonoridade era mais certeira e montante, sem firulas e meneios. Aí seria um recomeço ao começo. Nada mal.

sábado, agosto 07, 2010

The Black Keys e Grand Funk Railroad



Não foi nada fácil analisar o álbum “Brothers”, sexto trabalho em estúdio da banda The Black Keys, lançado em 2008. Fiquei confuso sobre o que achar, confesso, mas isso só foi aparecendo à medida que fui escutando cada vez mais o álbum. Na primeira vez que o ouvi, achei-o enfadonho, pouco criativo e beirando à mediocridade. Em resumo: uma merda. Apenas três músicas fizeram meus pés gostarem de acompanhá-las no ritmo e olhe lá! Até aí, tudo bem. Mas fiz questão de ouvir de novo. Queria ter certeza que daria nota “1” ou “2” ao álbum. Resultado: meu número de músicas preferidas aumentou significativamente. De três passaram para cinco, seis. Como? Não, sei. Esse é o mistério da subjetividade, que fique registrado. Não conformado, voltei a ouvir o álbum, mas muito tempo depois. E essa terceira audição, pasmem, me fez ver algum valor em “Brothers”. Um valor muito além de um “1” ou um “2” mas, obviamente, nada que chegue a um “10”, até porque não sou uma metamorfose ambulante tão aguda assim. Dou sete, na média. Nada mais justo. O rock “ensoulsado” do álbum, para o qual antes eu tinha dado um cuspida, me pareceu um tanto mais charmoso. Um charme que eu poderia dizer que é esforçado, sim, mas que se dilui em razão do clima vagaroso que o álbum exprime em suas músicas. Clima este que faz o trabalho parecer maçante lá na décima primeira, décima segunda faixa e que, como já dito, encobre tal charme,o qual sempre está lá, é só procurar, coisa que eu não tinha conseguido fazer nas primeiras audições. Todas as composições podem não ser um primor – e isso eu não abro mão de criticar –, mas que têm sua sedução,com seus inusuais timbres de guitarra e bateria, elas têm. Destaque para “Next Girl”, “She's Long Gone” (com seus riffzinhos bacaninhas), “The Only One” e “Sinister Kid”.



Falando em rock com pegada soul, volto-me agora para os anos 70, mais precisamente ao ano de 1971, ano em que foi lançado o álbum “E Pluribus Funk”, do power trio norte-americano Grand Funk Railroad, um das bandas mais representativas da década de 70. Devo dizer que tomei um susto com esse álbum, de tão bom que ele é. Quando dei por mim, me vi no meio de um avassalador hard rock de pulsante veia soul, sem saber direito o que tinha me atingido. Ao final do álbum, não pude acreditar que só fui conhecer essa banda nesse ano de 2010. Tratei logo de encontrar a discografia desses caras e ouvir com gosto, mas nenhum outro álbum desse trio me causou tanto impacto quanto o “disco da moeda”. Logo no começo, em Footstompin' Music, Mark Farner (guitarra, teclado, órgão, harmônica, vocais), Mel Schacher (baixo) e Don Brewer (bateria e vocais) nos prometem um ótimo momento (“Come on everybody, we're gonna' have a good time, yeah”), coisa que será corretamente cumprida até o último segundo da última faixa do disco. Friso: cumprem mesmo. Sabem o que estão falando e mandam logo outra pedrada, a segunda faixa “People, let’s stop the war”, seguida das posssantes “Upsetter”,” Come Tumblin'”, “Save the Land” e “No Lies”. Para encerrar, uma obra prima, “Loneliness”, executada com todas as forças em parceria com uma orquestra! Não tive escolha: mandei um “puta que pariu” ao fim da audição. Atire o primeiro tijolo aquele que escutou esse álbum e não gostou! Não vai ter nem um!

terça-feira, agosto 03, 2010

Al Goodman


Na segunda passada, 26, para quem curte música dos anos 60-70, e já ouviu falar do The Moments, infelizmente, morreu Al Goodman, 26, cantor de soul, conhecido por faixas clássicas "Love on a Two Way Street" (sampleada em um hit recente: “Empire State Of Mind”, parceria do Jay-Z com Alicia Keys) e "Special Lady".Al morreu de insuficiência cardíaca durante uma cirurgia de remoção de um tumor, no Hackensack Medical Center, em Nova Jersey.
Como integrante do The Moments, grupo de R&B formado em Hackensack, em 1968, emplacou grandes singles, que conseguiram o 1º lugar das paradas musicais na década de 70, como "Love on a Two Way Street" e "Look at Me (I'm in Love). Depois de um tempo com o The Moments, ele e seu colega de banda, William Brown, juntaram-se a Harry Ray e formaram a Ray, Goodman & Brown, em 1978. No ano seguinte, emplacaram o primeiro lugar com a canção "Special Lady". Goodman seguiu carreira até 2008.