quinta-feira, agosto 26, 2010

Dreamin' Out Loud

Você conhece One Republic? Não? Sim, você conhece muito bem. Em 2007, o arroz de festa do rap, Timbaland, convidou os caras pro seu albúm “Shock Value”, e remixou uma música deles, “Apologize”, colocando novos vocais (os dele, claro, em formato eco) e levando ambos ao topo das paradas por todo o mundo. Depois de todo o sucesso feito, a banda lançou seu álbum de estréia e conseguiu boa repercussão, que se deve a um preenchimento no disco de todos os elementos pop vigentes hoje em dia. No decorrer de minha análise, você entenderá por que.
O debut de estréia, “Dreamin’ Out Loud”, não somente faz o que o povo do pop atualmente tem feito, mas vai além por poucos e essenciais motivos: a amplitude e boa utilização das essências pop distribuídas nas músicas, e a capacidade compositora de Ryan tedder que, caso você não saiba, compôs alguns dos últimos hits que apareceram nos últimos anos, como “Bleeding Love” de Leona Lewis, “Halo” de Beyonce, “Alraedy Gone” de Kelly Clarkson e “Battlefield” de Jordin Sparks. Basicamente, um Marcos Sullivan norte-americano.
O disco abre com “Say All I Need”. Bom, as influências das batidas hip-hop se fazem bem presentes por aqui, por trás de uma melodia bem doce, e com o vocal de Ryan, lembram uma fase anos 90 do U2. Seguimos o disco com a romântica-agitada “Mercy”, guarnecida do pop fácil, com refrão pegajoso e vocal adequado para a letra de auto-ajuda. Apesar de simples, e de nos permitir pensar que já ouvimos tal melodia em outro lugar (em um cd do The Fray, Take That ou Snow Patrol), ainda assim eles fazem com excelência.
O brado, entretanto, só ocorre na terceira faixa: “Stop and Stare”. Aí sim batamos palmas para Tedder, pois além de uma introspectiva letra, a banda soube conduzir violão, piano, guitarra e bateria extremamente bem. O ar catártico que esta canção carrega se segue no playlist: em “Apologize”, com batidas secas formidáveis (que, para os mais “fmsistas”, talvez sintam falta do onipresente Timbaland); “Goodbye Apathy”, “All Fall Down” e “Come Home” apresentam mais do mesmo do pop atual, finalizadas como melodias simples e costumeiras.
E isto não impede de que outras faixas sofram influência, nem que sejam indiretamente, como no caso de “Won’t Stop” e “Prodigal”. Letras bobas, embotadas por arranjos simplórios. Ainda assim não transformam os caras em epigonistas. Pelo contrário sabem exercer com maestria o estilo no qual estão, visto em “Someone To Save You”, com baladinha que lembra tempos mais “pops” de U2 e “Tyrant”, com fulcro que lembra uma marcha, e no caso, da nação FM penetrando nos canais auditivos mundiais.
Quaisquer erros cometidos neste debut, talvez devam ser aceitos e compreendidos. Pois, como informa o título do albúm, aqui eles se permitem sonhar. Resta saber se quando acordarem (em breve, resenha do 2º albúm, "Wakin' Up), saberão fazer tudo corretamente. É esperar pra ver.

Um comentário:

  1. Aleatoriamente, conhece a versão de Apologize de Georgeanna (A Touch of Bossa)? :D

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