sábado, agosto 07, 2010

The Black Keys e Grand Funk Railroad



Não foi nada fácil analisar o álbum “Brothers”, sexto trabalho em estúdio da banda The Black Keys, lançado em 2008. Fiquei confuso sobre o que achar, confesso, mas isso só foi aparecendo à medida que fui escutando cada vez mais o álbum. Na primeira vez que o ouvi, achei-o enfadonho, pouco criativo e beirando à mediocridade. Em resumo: uma merda. Apenas três músicas fizeram meus pés gostarem de acompanhá-las no ritmo e olhe lá! Até aí, tudo bem. Mas fiz questão de ouvir de novo. Queria ter certeza que daria nota “1” ou “2” ao álbum. Resultado: meu número de músicas preferidas aumentou significativamente. De três passaram para cinco, seis. Como? Não, sei. Esse é o mistério da subjetividade, que fique registrado. Não conformado, voltei a ouvir o álbum, mas muito tempo depois. E essa terceira audição, pasmem, me fez ver algum valor em “Brothers”. Um valor muito além de um “1” ou um “2” mas, obviamente, nada que chegue a um “10”, até porque não sou uma metamorfose ambulante tão aguda assim. Dou sete, na média. Nada mais justo. O rock “ensoulsado” do álbum, para o qual antes eu tinha dado um cuspida, me pareceu um tanto mais charmoso. Um charme que eu poderia dizer que é esforçado, sim, mas que se dilui em razão do clima vagaroso que o álbum exprime em suas músicas. Clima este que faz o trabalho parecer maçante lá na décima primeira, décima segunda faixa e que, como já dito, encobre tal charme,o qual sempre está lá, é só procurar, coisa que eu não tinha conseguido fazer nas primeiras audições. Todas as composições podem não ser um primor – e isso eu não abro mão de criticar –, mas que têm sua sedução,com seus inusuais timbres de guitarra e bateria, elas têm. Destaque para “Next Girl”, “She's Long Gone” (com seus riffzinhos bacaninhas), “The Only One” e “Sinister Kid”.



Falando em rock com pegada soul, volto-me agora para os anos 70, mais precisamente ao ano de 1971, ano em que foi lançado o álbum “E Pluribus Funk”, do power trio norte-americano Grand Funk Railroad, um das bandas mais representativas da década de 70. Devo dizer que tomei um susto com esse álbum, de tão bom que ele é. Quando dei por mim, me vi no meio de um avassalador hard rock de pulsante veia soul, sem saber direito o que tinha me atingido. Ao final do álbum, não pude acreditar que só fui conhecer essa banda nesse ano de 2010. Tratei logo de encontrar a discografia desses caras e ouvir com gosto, mas nenhum outro álbum desse trio me causou tanto impacto quanto o “disco da moeda”. Logo no começo, em Footstompin' Music, Mark Farner (guitarra, teclado, órgão, harmônica, vocais), Mel Schacher (baixo) e Don Brewer (bateria e vocais) nos prometem um ótimo momento (“Come on everybody, we're gonna' have a good time, yeah”), coisa que será corretamente cumprida até o último segundo da última faixa do disco. Friso: cumprem mesmo. Sabem o que estão falando e mandam logo outra pedrada, a segunda faixa “People, let’s stop the war”, seguida das posssantes “Upsetter”,” Come Tumblin'”, “Save the Land” e “No Lies”. Para encerrar, uma obra prima, “Loneliness”, executada com todas as forças em parceria com uma orquestra! Não tive escolha: mandei um “puta que pariu” ao fim da audição. Atire o primeiro tijolo aquele que escutou esse álbum e não gostou! Não vai ter nem um!

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